A visualização mental é um dos aspetos que faz parte dos hábitos de alta performance (artigo anterior). Quando praticada diariamente com consciência e com intenção, leva o teu desempenho desportivo e consequentemente os teus resultados para outro nível!
Esta é uma técnica mental, que vem sendo estudada há apenas duas décadas no âmbito do desporto. No entanto, existem vários atletas conhecidos que já usaram a visualização mental para melhorarem a sua performance (ex: Jack Nicklaus, Jean Claude Killy, Dwight Stones, Chris Evert, entre outros).
A visualização pode ser definida como “a simulação mental, consciente, planeada e repetida de experiências, incluindo ações motoras, estratégias e outras experiências sensoriais utilizando todos os sentidos”.
De acordo com vários relatos empíricos de atletas bem-sucedidos, a visualização da jogada a executar, ou do movimento técnico a realizar, proporcionam uma melhoria no desempenho.
A utilização desta técnica mental, quando utilizada de forma regular, influencia positivamente vários aspetos do desempenho, como por exemplo:
• Foco na tarefa. Atividades que envolvem a componente cognitiva (perceção, tomada de decisão, etc.), beneficiam mais desta prática. Por exemplo, uma pessoa pode visualizar mentalmente o que fazer quando ocorrem mudanças táticas ou imaginar, numa situação de contra-ataque, o posicionamento dos jogadores no campo.
• Nível de habilidade. Vários pesquisadores verificam que, por exemplo, os tenistas com maior nível técnico demonstram uma melhoria significativa no desempenho, no entanto, iniciantes podem utilizar a visualização como auxílio na aquisição de elementos cognitivos relevantes ao desempenho bem sucedido de uma habilidade desportiva, bem como na aprendizagem de novos gestos técnicos.
• Capacidade de visualização. Este é um facto muito importante! Conseguir criar imagens nítidas e ter controlo sobre elas. Isto é um importante fator de diferenciação entre atletas de elite e os atletas menos bem-sucedidos. Esta é, no entanto, uma habilidade que pode ser treinada e melhorada com a prática sistemática.
• Um último ponto, que deve ser salientado, é que a visualização não deve substituir o treino técnico ou físico, Deve servir sim, um complemento.
De acordo com estudos da psicologia do desporto, quando imaginamos uma tarefa motora, podemos gerar na memória informações que são semelhantes às que surgem numa experiência real.
Assim, o efeito daquilo que é imaginado sobre nosso sistema nervoso central, pode ser parecido com o que ocorre numa ação motora. Exemplificando, quando sonhamos que um leão enorme está a correr atrás de nós, acordamos a suar, com a frequência cardíaca e respiratória aceleradas. No entanto, era tudo fruto de nossa imaginação.
Existem dois tipos: interna (1ª pessoa) e externa (2ª pessoa).
A visualização interna ou em 1ª pessoa, refere-se à execução de uma habilidade de um ponto de vista interno do individuo, ou seja, ela vê somente o que veria se realmente estivesse a realizar a tarefa (como se tivesse uma câmara em cima da sua cabeça). Dado que essa visualização é feita do ponto de vista do atleta, ela enfatiza a sensação.
O segundo tipo de visualização, a externa ou 2ª pessoa, refere-se a uma visualização do ponto de vista de um observador, como se o individuo estivesse a assistir a um filme dele mesmo.
Como já referido anteriormente, esta prática auxilia no desenvolvimento das habilidades psicológicas. Além disso, ela melhora a aquisição e prática de habilidades desportivas, podendo aperfeiçoar a sua técnica e até mesmo corrigir possíveis erros.
Também, é utilizada para adquirir e treinar estratégias, como por exemplo: para controlar a dor e lesões; para desenvolver autoconfiança nos vários aspetos do seu desempenho, nas diferentes situações de treino/competição; gerir níveis de ansiedade pré-competitiva; desenvolver a atenção/concentração.
Há dois aspetos importantes para uma maior eficácia desta prática: a nitidez e a capacidade de controlo das imagens. Estas duas requerem treino mental regular, uma vez que, sem elas torna-se muito difícil visualizar tarefas com realismo.
A nitidez é essencial para criar uma imagem que retrate a realidade com precisão. Deve-se dar atenção a todos os detalhes do cenário, dos movimentos e das situações. Existem exercícios para melhorar a nitidez, começando com visualização de coisas mais simples de treino até chegar a cenários mais complexos, como aspetos de competição.
O segundo aspeto, a capacidade de controlo das imagens, é a habilidade de ver o movimento, de moldar as imagens como a pessoa bem entender, sem ter interferência de outras imagens. Neste caso também existem exercícios específicos para melhorar este aspeto.
Para começar, esta técnica pode ser usada antes e depois de treinos e/ou em casa, com duração de aproximadamente 10 minutos, focalizando a atenção no que será trabalhado no treino (antes). Após o treino, podes voltar a memorizar as habilidades trabalhadas, para criar imagens mais claras e detalhadas.
Boas práticas! 
É possível, vivermos em harmonia, paz, amor, equilíbrio, abundância e de bem com a vida. Desde que nos permitamos viver alinhados com o nosso coração.
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