Um pouco da minha história…

Todos temos uma história, todos temos momentos desafiantes na vida, que nos causam desconforto, sofrimento, que nos magoam, que nos deixam tristes. E hoje quero partilhar contigo parte da minha história, desde um lugar de amor e de que é quando escolhemos olhar para ela de uma forma diferente, abandonando o lugar de vitima, que tudo pode ser tão diferente.

Por vezes estamos tão magoados, revoltados com certos acontecimentos da nossa vida que não conseguimos ver as coisas de forma diferente. Ficamos com o coração tão fechado (tentando protegê-lo) que não conseguimos ver de outra forma, fazemos o melhor que sabemos.

Eu sempre quis estudar o ser humano, compreendê-lo, perceber o que se passa na sua mente. No fundo (creio hoje que de uma forma inconsciente) estaria o desejo de me compreender. Isto é o que eu acredito hoje que estaria no meu inconsciente, porque sempre tive o meu foco muito para fora, no outro.

Então, quando terminei o 12º ano, sempre tive o desejo de ir estudar Psicologia. Na altura entrei em Psicologia do Desporto e mantive-me nesse curso durante 5 anos. Eu, na verdade,  não sabia para que curso tinha entrado efetivamente. 

Á medida que fui aprendendo mais sobre esta área comecei a gostar, e a compreender como existe um potencial incrível, ilimitado em cada ser humano. Nós estamos sempre a ser testados, quando nos propomos a desafios maiores, os medos aparecem para nos testarem. Quando fui para a Universidade lembro-me da sensação de “ficar sem chão”, quando a minha família me deixou a cerca de 180 kms de casa sozinha. Vários medos surgiram aí, um deles foi logo o da exposição, aquele que se acabou por manifestar, na minha primeira apresentação, onde tantas vozes inundaram a minha mente e quando me fizeram desmaiar. Este foi o primeiro grande marco. Algo que tive de aprender a gerir e ultrapassar, se queria um dia falar para muitas pessoas e impactá-las positivamente.

Ao longo do meu percurso fui bastante testada, nesse sentido. Muitas vezes quis recusar convites para falar em palestras. A mente sentia-se logo ameaçada, mas o coração relembrava-me qual era o meu propósito maior. E para eu ultrapassar os meus medos precisava de os enfrentar. Tudo surge para nós, com um propósito maior. E esses convites e oportunidades de falar em público criavam-me essa mesma oportunidade de concretizar um dia em total leveza aquilo que o meu coração tanto queria (falar e impactar muitas pessoas positivamente com a minha voz). Naturalmente sempre que estava exposta surgiam na minha mente vozes que me faziam sentir: inferioridade, medo de não ser capaz, não conseguir, dúvida, comparação com os outros. Isso é a voz da mente. Precisei de aprender a lidar com amor com essas vozes e a voltar ao meu centro e ao meu propósito.

Sempre fui ambiciosa, mesmo com alguns momentos em que me sentia insegura e com dúvidas se seria mesmo capaz. 

Coloquei na cabeça que um dia queria só trabalhar na área da Psicologia do Desporto, ajudando atletas a superarem os seus desafios e a colocarem-se no seu melhor, na sua melhor performance.

Quando terminei a faculdade, começou toda uma busca por trabalhar nessa área por volta de 2015/16. Vi muitos colegas que se tinham formado no mesmo que eu, a desistir, por ser tão difícil na altura conseguir trabalhar na área que era vista com um “luxo” por muitas pessoas, nomeadamente pelos clubes. Ao longo do meu percurso até 2020, ouvi muitos “nãos”, muitas foram as vezes em que criavam expectativas de trabalho e de me oferecerem o melhor, mas no momento chave diziam que afinal não era possivel.

Cheguei a trabalhar num supermercado de manhã e à tarde na área do desporto em que me tinha formado, a receber pouco pelo trabalho tão importante que fazia com os atletas na altura. Sempre procurei buscar mais e melhor para levar o melhor de mim até quem trabalha comigo. 

Mais tarde, cheguei a trabalhar apenas da área em que me formei, esse objetivo que tanto queria foi atingido, e este meu percurso, serviu muitas vezes para inspirar os atletas de que é possivel atingirmos os objetivos a que nos propomos, por mais dificil que esteja a ser o caminho. 

Mas nunca me sentia totalmente satisfeita com o trabalho que levava às pessoas que chegavam até mim, sempre quis levar mais, melhor, diferente. Sempre acreditei que poderiam existir várias formas de despertar o nosso potencial. Senti o chamado e fui formar-me como professora de meditação mindfulness. Lembro-me que quando fui fazer essa formação houve uma pergunta que foi o meu GRANDE clique! Quando me perguntaram “Quem és tu?” E eu não sabia responder a essa pergunta. Aliás, pensei mesmo “Que raio de pergunta é esta?”.

Foi aí que começou a despertar em mim esta busca interior em que decidi embarcar. Quando terminei a formação em meditação, comecei a guiar aulas de meditação a outras pessoas (sem serem atletas), e os desafios que começaram novamente a surgir, uma vez que me estava a colocar novamente fora da minha zona de conforto. A falar em público e ainda para mais numa area nova para mim. Tantas vezes achei que as pessoas não gostavam das aulas que guiava, que eu é que estaria a fazer algo menos bem, que não era suficiente… Até compreender que existiam pessoas que ainda não estavam verdadeiramente preparadas para dar esse passo e para tudo o que esse mergulho interior, através da meditação lhes trazia. Outras não se identificavam com o meu método, com a minha energia e estava tudo bem. Aí os sentimentos de não ser suficientemente boa surgiram novamente. Fui então em busca de mais formação. Veio a certificação internacional em coaching, a formação em programação neuro-linguistica, na altura da pandemia em 2020. Mas nessa altura comecei a perceber que na verdade, não era mais formação que precisava, era de confiar em mim. Aprender sim a sair da mente e ir mais para o coração. Nesse momento surgiu o Reiki em 2021, e eu decidi fazer a formação, por mim essencialmente, para meu crescimento interior. Esse momento ensinou-me a sair da mente e ir mais para o coração, a confiar. E esse foi um grande passo no desbloquear de muita coisa no meu interior.

O processo continua naturalmente, à medida que vamos trabalhando no nosso autoconhecimento, vão surgindo coisas novas, novos níveis de profundidade no ser, novos níveis de desbloquear. Hoje ajudo pessoas a viverem uma vida mais consciente, mais presente e a viverem alinhadas com o seu coração e não com a sua mente. Porque no coração reside todo o nosso potencial, toda a nossa essência, e quem somos de verdade.